sábado, 26 de maio de 2012

É assim quando amanhece...


É assim quando amanhece
nas quebradas do sertão

O galo acorda cantando
com um grande alarido
o vaqueiro adormecido
que podia tá sonhando
a bezerrama berrando
e ele vê no mourão
o maldoso gavião
que foi num foi aparece
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão.

Canta lá no cajueiro
o lindo galo campina
apaga-se a lamparina
que ilumina o terreiro
na copa dum juazeiro
canta forte um carão
chapéu perneira e gibão
o vaqueiro embonitesse
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão.

Logo um cheiro de café
se espalha pelo terreiro
vem o vaqueiro faceiro
beija os filhos e a mulher
pede a Deus com muita fé
que abençoe esse chão
terminada a oração
de estrada a fora desse
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão.

Vem o sol com sua grandeza
clareando os passarinhos
de longe brilha os espinhos
dá ao cardeiro beleza
a cobra acha uma presa
um pobre camaleão
é pego de supetão
isso sempre acontece
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão.

Na vereda um preá
se espoja em sua cama
suja-se o porco na lama
ali canta um sabiá
lindo pé de trapiá
brilha na separação
foi-se embora a escuridão
e a coruja emudece
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão.

Vai o vaqueiro aboiando
em versos de poesia
sentindo muita alegria
do dia que tá chegando
ele sai cantarolando
com amor no coração
sua vida é uma canção
a Deus pai ele agradece
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão. 


Poeta Jadson Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário