Morri só
pra conhecer
O poeta Zé
Saldanha.
Tava em
casa versejando
Raízes do
meu sertão
Liguei a
televisão
Tava um
jornal passando
E o
repórter falando
Quem
acabou de morrer
Prestei
atenção pra ver
Ele disse:
Zé Saldanha
Foi uma
aflição tamanha
Vou contar
tudo a você.
Comecei
logo a tremer
O poeta
foi embora
Passei
mais de uma hora
Tentando
aquilo entender
Mesmo sem
eu conhecer
O poeta
afamado
Que reina
no meu estado
No ramo da
poesia
Famoso por
energia
Um poeta
abençoado.
E fiquei
embasbacado
Pensando
na poesia
Como agora
ela seria
Sem um
poeta arretado
Zé
Saldanha versejado
Com rima
celestial
DEUS poeta
magistral
Não
pensou de outro jeito
Pois poeta
de respeito
É sempre
seu principal.
E eu
fiquei muito mal
Por não
telo conhecido
Meu
sorriso já perdido
Eu já não
tava legal
Meu
semblante sem astral
Minha
mente escurecida
Poesia já
perdida
Eu pensava
a todo instante
Mas DEUS é
um ser brilhante
Não me
deixou sem guarida.
Mamãe me
trouxe um café
Pediu pra
eu se acalmar
Meu filho
vá se deitar
Paciência
tenha fé
Minha mãe
grande mulher
Rainha do
meu reinado
Me deitei
mais acalmado
E dormi a
noite inteira
Foi
verdade verdadeira
Esse fato
aqui contado.
Acordei
meio assustado
Uma luz na
minha frente
Que olhei
bem derrepente
P’rum
portão assim do lado
Fui
andando abismado
Quando um
sorriso acendeu
Disse:
poeta sou eu
Pode
chegar mais pra cá
Quando fui
me aproximar
Zé
Saldanha apareceu.
Chega tudo
estremeceu
Ele disse:
tenha calma
Eu falei:
to vendo alma
Ele disse:
não, sou eu
Por que se
arrependeu?
- To com
um pouco de medo
Ele me
disse um segredo
Me
convidou pra entrar
E eu sem
titubear
Entrei
naquele enredo.
Nas mãos
tinha um brinquedo
Uma caneta
e um papel
Que é pra
escrever cordel
Coisa que
não é segredo
Eu com um
pouco de medo
E com
muita atenção
Segurava
em sua mão
Enquanto
uma escada subia
E ouvindo
a melodia
De uma
viola em baião.
E chegamos
num salão
Tava
lotado de gente
Tinha um
homem presente
Veio em
nossa direção
Deu um
aperto de mão
E um
abraço apertado
Milanês
cabra danado
Zé
Saldanha ressaltou
E a ele me
apresentou
Eu disse:
muito obrigado.
Muita
gente bem sentado
Outras
pessoas em pé
Homem
menino e mulher
Viola num
dedilhado
Era um
lindo ponteando
Poetas e
cantadores
Era festa
em louvores
Pra o
poeta Zé Saldanha
Uma
animação tamanha
Cantando
versos de amores.
Eu vi um
buquê de flores
De um
cheiro agradável
Vi que era
incomparável
Sua
mistura de cores
Zé me
disse: meus amores
Mandaram
de lá pra cá
Eu comecei
a pensar
Onde era
que eu estava
Minha
mente não parava
Era
estranho o lugar.
E peguei a
conversar
Eu e o
poeta Zé
Eu sentado
e ele em pé
Pedi pra
ele sentar
Ele disse:
venho já
E saiu
logo chegou
Pegou um
papel me entregou
Vamos
fazer poesia
Me
desmanchei de alegria
Um mote
ele recitou.
Poeta
agrestinense
Do Rio
Grande do Norte
Sei que és
poeta forte
És um
norteriograndense
E eu sou
um santanense
Da gema e
cum certeza
O meu
verso é a beleza
Do meu
torrão naturá
Morresse
pra encontrá
O poeta
que surpresa.
Poeta meu
camarada
O prazer é
todo meu
E o meu
prazer é teu
É uma
linda jornada
Tais em
terra abençoada
Nunca
perde sempre ganha
Minha
poesia apanha
Mais não
me nego em dizer
MORRI SÓ
PRA CONHECER
O POETA ZÉ
SALDANHA.
Poeta
Jadson Lima
Amei sua poesia!
ResponderExcluirFiquei emocionada, e muito feliz de vê meu pai três anos após sua morte sendo lembrado em poesia, obrigada grande poeta
ResponderExcluirFiquei emocionada, e muito feliz de vê meu pai três anos após sua morte sendo lembrado em poesia, obrigada grande poeta
ResponderExcluirÉ sempre muito prazeroso sentir o amor que as pessoas e especialmente os poetas tinham por Ele. Isso mostra sua importância dentro do mundo do cordel.
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